O que o Pe. Maria Affonso Ratisbonne tem a nos dizer hoje?
Diante deste cenário caótico no qual estamos inseridos seja política, econômica e socialmente, em nível nacional como mundial, somos chamados/as a alimentar a esperança em dias melhores.
A reflexão que segue é da Irmã Brigitte-Agnès, nds.
“Ao longo de toda a sua jornada, Pe. Maria esperou ativamente a realização daquilo que “viu” e compreendeu no dia 20 de janeiro.
O que ele viu e compreendeu?
Padre Maria repetia incessantemente que, quando pensamos no 20 de janeiro, não devemos esquecer a grande cruz que ele havia visto na noite anterior. Ainda no dia de seu falecimento, ele falou sobre isso:
“No dia 20 de janeiro, houve primeiro a cruz e depois Maria. Agora, há a cruz e Maria.”
(…) Maria sempre orienta rumo ao Cristo em seu mistério pascal, até porque foi a primeira a penetrar nele. Em Maria Imaculada, ele contemplou a vitória de Deus sobre o pecado. Ele compreendeu a fecundidade da cruz, “árvore da vida”: “É da cruz que decola toda bendição fecunda”.
Ele viu nesta cruz a expressão de “Ecce Homo” que ele adquiriu na Via Dolorosa, local onde ele se sentiu chamado a seguir o Cristo para saudar seu povo. Mais,
“O Calvário toca no sepulcro glorioso: a distância do topo da cruz até o céu é de apenas um passo”.
Se, para o Padre Maria, a cruz e Maria são inseparáveis, Maria já deu o passo da cruz ao céu, e o dia da Assunção é a festa favorita de Afonso. Ele contempla Maria “na luz divina” — não foi isso que ele viu dia 20 de janeiro? E ele vê nisso a realização do que “Maria profetizou” ao cantar seu Magnificat.
É daí que Pe. Maria extrai a alegria que o caracteriza, em meio a contradições, dificuldades e sofrimentos. É daí que ele extrai sua esperança.
[…]
É a ESPERANÇA de quem leu “Sion-Jerusalém” no coração de Maria em 20 de janeiro:
“Sion é a obra do olhar de Maria”.
“Esta data memorável (do 20 de janeiro) foi, desde 1842, a de um dia de graças para um grande número de almas… Ela alcançará muitas outras conforme o passar do tempo e sem a necessidade de o céu renovar os mesmos prodígios. O prodígio é esta própria fecundidade que se perpetua fora de todas as combinações humanas”.
Jerusalém o atraía irresistivelmente:
“É Jerusalém que dá à Congregação sua característica especial”
“Para Jerusalém” pe. Maria suscitou e acolheu todas as colaborações possíveis: as dos benfeitores que, desde a Europa, sustentaram suas obras, as dos padres que foram até lá lhe ajudar no instituto St. Pierre (São Pedro).
Ele incentiva quem quer trabalhar no desenvolvimento social e humanitário de Jerusalém e principalmente em seu próprio desenvolvimento religioso.
[…]
Assim, Pe. Maria é um homem de esperança, e é por isso que ele “permanece atual”.
Com “a fé de Abraão e o zelo dos profetas”, segundo o testemunho de um de seus contemporâneos, ele buscou alcançar a plena manifestação do Deus de misericórdia que Maria entoa em seu Magnificat.
Que nosso bom Padre Maria nos ajude a viver, de geração em geração, esta esperança que está no coração de nossa vocação.
“Minha confiança é inabalável
porque a Virgem de Sion é fiel às suas promessas””.