MOMENTO DE ESPIRITUALIDADE

O Evangelho deste Domingo (cf. Lc 17,11-19) conta-nos a história de dez leprosos que vieram ao encontro de Jesus, clamaram por compaixão e, em atenção à Sua palavra, foram curados enquanto caminhavam para praticá-la. No entanto, apenas um deles retornou, glorificou a Deus e agradeceu a Jesus.

O principal objetivo desse texto de Lucas é “apresentar Jesus como o Deus que Se fez pessoa para trazer, com gestos concretos, a salvação/libertação a todos os homens, particularmente aos oprimidos e marginalizados” (https://www.dehonianos.org/portal/28o-domingo-do-tempo-comum-ano-c0/). Por isso, Lucas usa o número dez ( = totalidade) para dizer que a salvação é oferecida a judeus e não judeus, a toda a humanidade. No judaísmo, só se considera uma assembleia ou comunidade orante, a partir de dez homens.

No primeiro século de nossa era, quem não fosse judeu era considerado gentil, pagão. Assim, ao dizer que o único que voltou para agradecer a Jesus pela cura era um samaritano, o autor bíblico quis, entre outras coisas, mostrar que Deus inclui e quer salvar toda pessoa desclassificada pela religião oficial, discriminada por não fazer parte de um grupo reconhecido e condenada à perdição pelos homens. Era dessa forma que os samaritanos eram vistos pelo judaísmo oficial de Jerusalém, já que em 721 a.C. haviam se misturado com povos estrangeiros e adotado seus deuses.

Há vários verbos no texto, os quais podem nos ensinar muito sobre a nossa salvação. No entanto, destacaremos, ao menos, três: vir ao encontro de Jesus (v. 12), ir fazer o que Ele diz (v. 14) e glorificar a Deus (v.15) pelo dom recebido.

A primeira ação, ‘vir’, pode indicar um movimento em direção à comunidade eclesial. É aí que encontraremos Jesus Cristo, pois Ele disse “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt 18,20). Nossa fé é comunitária e cresce em comunidade; a segunda ação, ‘ir’, diz respeito à prática da Palavra de Deus. Não basta estarmos reunidos e rezando, é preciso ir para a ação, pois “é morta a fé sem as obras” (Tg 2,26). A terceira ação, ‘glorificar a Deus’ é a finalidade de todos os nossos atos e a razão de nossa vida. Que tudo o que somos e realizarmos seja para a maior glória e honra dAquele que nos deu a vida e nos dá o que Lhe pedimos. Possamos ter um coração grato. Ademais, Paulo exorta-nos: “ Por tudo dai graças” (1 Ts 5,18).

Disse nosso fundador, Pe. Teodoro: “A vida atual não basta para bendizer e agradecer a Deus; é preciso uma eternidade para lhe dar graças” (Theodoro Ratisbonne. Origens de Sion. Sermões e Conferências, 1840-1853, p. 199).

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