No Evangelho (Jo 21,1-19) deste terceiro domingo da Páscoa, três verbos chamam nossa atenção. São, na verdade, três curiosas reações de Pedro diante do Senhor Ressuscitado: “vestir-se”, “atirar-se no mar” (v. 7) e “entristecer-se” porque Jesus lhe perguntara três vezes se ele O amava (v. 17).
Os atos de Pedro de reconhecer sua nudez, vestir-se imediatamente e atirar-se ao mar (“esconder-se?”), remete-nos à reação de Adão e Eva, no paraíso, quando reconhecem seu pecado de desobediência a Deus e se escondem de Sua presença (cf. Gn 3,7-8).
Sabemos que Pedro, escolhido por Jesus, para ser o líder da Igreja, O negou três vezes enquanto Ele estava sendo preso e condenado à morte. Por isso, agora, diante dEle (o Ressuscitado) seu pecado vem à tona. Porém, o sentido de “atirar-se ao mar” ultrapassa o mero ato de “esconder-se” da presença do Senhor. Essa ação de mergulhar no mar (“caos”) e subir redimido, perdoado dos pecados, diz respeito ao ritual do Batismo. Através desse sacramento, morremos para o pecado e ressuscitamos cheios/as de graça.
Segundo a nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém (Nova edição, revista e ampliada, Paulus: São Paulo, 2006), Pedro “entristeceu-se” porque se lembrou de sua tríplice negação, quando Jesus perguntou se ele O amava por três vezes. Mas, em vez de deixar-se paralisar pela tristeza, o apóstolo e pastor mantém seu grande e forte amor pelo Senhor e renova o compromisso de cuidar do Seu rebanho e de continuar pescando outros peixes, ou seja, novos discípulos de Jesus.
Pe. Teodoro Ratisbonne, o nosso fundador, reconheceu: “Se São João foi o mais amado dos apóstolos, podemos dizer que São Pedro foi o que mais amou” (Teodoro Ratisbonne. Origens de Sion. Sermões e Conferências – 1840-1853, p. 134). Amemos o Senhor como São Pedro e O louvemos sempre, pois Ele está vivo no meio de nós!
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