O Evangelho de Marcos 10,35-45 nos mostra claramente qual é a lógica dos homens e qual é a lógica do Reino de Deus. Na primeira, tem valor quem tem poder e prestígio. Essa tendência humana está explícita no pedido dos discípulos Tiago e João para ocuparem lugar de destaque na glória do Mestre, quando Ele triunfasse como Rei. Ao contrário, na lógica do Reino de Deus, o maior é o servo de todos e, para participar da glória do Cristo Ressuscitado será preciso participar de Sua paixão e morte: “beber o cálice” e “ser batizado” (cf. v. 38).
Pe. Teodoro, nosso fundador, notou que a ambição de Tiago e João provocou a inveja nos outros dez discípulos e comentou: “A inveja, amargo fruto do amor próprio, é o vício capital em oposição à caridade evangélica. Esta se dedica totalmente ao próximo, enquanto a inveja concentra tudo em si” (Theodoro Ratisbonne. Migalhas Evangélicas, p. 149).
Diante desta reação indignada dos dez, Jesus ensina que entre eles não deve haver dominação nem tirania, mas serviço e doação, pois Ele mesmo “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (v. 45).
“Aqui não há meio-termo: quem não for capaz de renunciar aos esquemas de egoísmo, de ambição, de domínio, para fazer da própria vida um serviço e um dom de amor, não pode ser discípulo desse Jesus que veio para servir e para dar a vida” (https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=3428).
Neste dia internacional da erradicação da pobreza, bendigamos ao Senhor por todas as iniciativas em favor das pessoas mais vulneráveis de nossa sociedade e procuremos fazer nossa parte nesse processo de humanização através da doação de nós mesmos/as e de nossos recursos.
Sabemos que a pandemia da Covid 19 potencializou a pobreza e a desigualdade social e gerou ainda mais órfãos e órfãs, desempregados/as, doentes, refugiados/as, etc. Não podemos ficar indiferentes à dor do/a próximo/a, mas procurar servi-los/as, assim como fez Jesus.