MOMENTO DE ESPIRITUALIDADE

Neste domingo, a Palavra de Deus nos fala da igualdade do homem e da mulher e do laço indissolúvel que os une no amor. Assim como Deus ama e é fiel ao seu povo e à humanidade inteira, Ele espera que haja esse amor e essa fidelidade entre um casal. Disse nosso fundador, Pe. Teodoro: “O que ama não vive mais em si, mas vive naquele que ama” (Theodoro Ratisbonne. Origens de Sion. Sermões e Conferências – 1840-1853, p.39).

Vejamos como o autor bíblico do livro de Gênesis expressa essa catequese, provavelmente, no séc. X a.C.: “Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer um auxiliar que lhe corresponda”; “Depois, da costela que tirara do homem, o Senhor Deus modelou uma mulher” e “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne (2,18.22.24).

Não podemos tomar o texto ao pé da letra, já que não se trata de fato histórico, mas de uma narrativa com elementos simbólicos e literários das cosmogonias (explicação sobre a origem do universo) mesopotâmicas. O autor bíblico, então, tomou e adaptou essa simbologia de outros povos e deu-lhe uma nova interpretação com a finalidade de ensinar a fé ao povo de Israel.

Embora o termo “auxiliar” possa dar a impressão de que o homem seja superior à mulher, não é isso que a tradução hebraica quer expressar, pois em seguida o texto diz que Deus modelou a mulher a partir da costela (osso) do homem. Segundo Pe. Vitório Cipriani o termo “osso” (étsem) em hebraico se tornou o pronome relativo “próprio”, “mesmo”, o “self” em Inglês. Assim, homem e mulher têm a mesma dignidade humana, são uma só carne, caminham lado a lado.

Ao ser questionado pelos fariseus sobre o divórcio, Jesus reafirma o projeto de Deus: “O que Deus uniu o homem não separe” (Mc 10,9; cf. Mt 19, 6). Portanto, o homem e a mulher que decidem se casar devem “formar uma comunidade de amor, estável e indissolúvel, que os ajude mutuamente a realizarem-se e a serem felizes” (https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?cid=my-calendar&mc_id=3423).

“Se, ao contrário, prevalecer nos cônjuges o interesse individual, a própria satisfação, então a sua união não poderá resistir. Por isso à Igreja, nestas situações, não é pedida imediata e unicamente a condenação. Ao contrário, face às tantas dolorosas falências conjugais, ela sente-se chamada a viver a sua presença de amor, de caridade e de misericórdia, para reconduzir a Deus os corações feridos e desorientados” (Papa Francisco. Ângelus, 7 de outubro de 2018. Disponível em https://www.vaticannews.va/pt/palavra-do-dia/2021/10/03.html)

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