MOMENTO DE ESPIRITUALIDADE

O Evangelho de Mc 5,21ss, sobre o qual refletiremos hoje, fala da cura de duas mulheres. Ambas estavam perdendo a vida.

Uma mulher que sofria de hemorragia há doze anos, teve iniciativa de buscar ajuda: toca nas vestes de Jesus, com a certeza de que seria curada. Então, Ele lhe diz: “Minha filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fique curada deste teu mal” (v. 34).

A outra, uma menina de doze anos, foi curada por intermédio da fé de Jairo, seu pai, o qual foi ao encontro de Jesus, suplicando: “Minha filhinha está morrendo. Vem e impõe nela as mãos para que ela seja salva e viva” (v. 23). Enquanto iam pelo caminho, alguém deu a notícia da morte da menina. Porém, Jesus disse ao pai aflito: “Não temas; crê somente” (v. 37). Chegando à casa onde estava a criança, Jesus a tomou pela mão e ordenou: “Menina, eu te digo, levanta-te” = talitha kum (v. 41).

No judaísmo, uma menina é introduzida na maturidade religiosa a partir dos doze anos, através da cerimônia chamada Bat Mitzvá (= filha do mandamento), enquanto o menino, com treze anos. A partir daí eles adquirem responsabilidade pelos próprios atos e devem cumprir os mandamentos de Deus ensinados pela religião.

Tanto a doença da mulher quanto a da menina são marcadas pelo número doze, o qual, nesse contexto feminino, nos remete ao início de uma caminhada religiosa consciente e mais sólida. Essas mulheres são salvas pela fé na divindade de Jesus Cristo. Somente Deus cura, ressuscita e dá vida nova a todos/as os/as que Lhe invocam confiantemente.

O livro da Sabedoria diz “Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes” (Sb 1,13). “O autor visa ao mesmo tempo à morte física e à morte espiritual, ligadas uma à outra: o pecado é a causa da morte” (nota de rodapé de Sb 1,13. Bíblia de Jerusalém, Paulus: 2002).

No atual contexto em que vivemos, diante de tantas mortes e de tantos pecados, rezemos com o salmista: “Eu te exalto, Senhor, porque me livraste. Senhor, meu Deus, gritei a ti e me curaste” (Sl 30,2a.3).

Disse nosso fundador, Pe. Teodoro: “Haverá motivo mais poderoso para nos incitar à paciência, à prática das boas obras, às virtudes evangélicas, do que a brevidade e a fugacidade da vida presente?” (Theodoro Ratisbonne. Migalhas Evangélicas, p. 349-350).

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