O Evangelho de hoje fala que o Senhor, em seu caminho para Jerusalém, ao atravessar a cidade de Jericó, teve um encontro pessoal com um homem muito rico, chefe dos publicanos, chamado Zaqueu. Ele “procurava ver quem era Jesus” (Lc 19,3) e para isso, subiu numa árvore. Embora o texto seja muito rico, buscaremos refletir apenas sobre três aspectos e seus significados teológicos: o caminho de Jesus para Jerusalém, a busca de Zaqueu para ver quem era Jesus e o encontro entre os dois.
O texto sobre Zaqueu (Lc 19,1-10) se situa no final da sessão “A subida para Jerusalém” (Lc 9,51-19,27). Jesus está se dirigindo para o lugar onde será morto e ressuscitado, portanto, para cumprir sua missão de salvar a humanidade de seus pecados. No caminho, o homem conhecido como um dos maiores pecadores da sociedade, o qual enriqueceu-se, injustamente, através da cobrança de altos impostos, queria ver a identidade de Jesus. Essa busca de Zaqueu, na verdade, era um sinal de fé no Cristo morto e ressuscitado, pois decidiu subir na árvore=cruz para “ver quem era Jesus”. Disse Pe. Vitório Cipriani: “só de cima da árvore da cruz é possível ver a identidade de Jesus”.
No entanto, a fé verdadeira não é apenas vertical, ou seja, relação com Deus. Por isso, Jesus disse: “Zaqueu, desce depressa, pois hoje devo ficar em tua casa” (Lc 19,5). A fé também supõe a horizontalidade das relações em prol da humanidade e se traduz em obras de misericórdia, sinais concretos de nossa conversão. Então, Zaqueu desceu, recebeu Jesus com alegria e, de pé, disse: “Senhor, eis que dou a metade de meus bens aos pobres, e se defraudei a alguém, restituo-lhe o quádruplo” (Lc 19,8).
“O amor de Deus não se derramou sobre Zaqueu depois de ele ter mudado de vida; mas foi o amor de Deus – que Zaqueu experimentou quando ainda era pecador – que provocou a conversão e que converteu o egoísmo em generosidade (https://www.dehonianos.org/…/31o-domingo-do-tempo…/).
Deus não quer a morte do/a pecador/a, mas sua salvação (cf. Ez 18,23; 33,11), por isso, na primeira leitura deste domingo, o autor do livro da Sabedoria afirma sobre Deus: “Mas te compadeces de todos, pois tudo podes, fechas os olhos diante dos pecados dos homens, para que se arrependam” (Sb 11,23). Que possamos aprender com Deus a ter paciência e compaixão dos/as outros/as em suas fraquezas, limitações e pecados, assim como desejamos que tenham paciência e compaixão para conosco.
Nosso fundador, Pe. Teodoro, ao comentar a oração de Jesus “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”, disse: “Consideremos que Jesus pronunciou esta oração em alta voz para fazer compreender a todos os homens, de qualquer origem, que a seu exemplo eles devem ser bons e misericordiosos e perdoar mutuamente as falhas recíprocas” (Teodoro Ratisbonne. Origens de Sion. Vida Religiosa em Sion – 1854-1884, 4a, p. 205).
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