Feliz Oitava de Natal e Dia da Sagrada Família de Jesus, Maria e José!
O Evangelho de hoje – Lc 2,41-52 – nos convida a nos perder para o que é do mundo a fim de sermos encontrados/as com e em Deus. Foi o que ocorreu quando Jesus, aos doze anos, se perdeu dos seus pais enquanto estavam em Jerusalém, na festa da Páscoa. Ele foi encontrado após três dias, no Templo, entre os doutores. Segundo a Lei judaica (cf. Ex 23,14-17) era recomendável que “toda a população masculina comparecesse perante o Senhor”, por ocasião das três festas de peregrinação: Páscoa, Pentecostes e Festa das Cabanas.
“Eis que eu venho para fazer a Tua vontade, Senhor” (Sl 40,8-9; cf. Hb 10,9). Este era o projeto de Jesus já antes de reconhecerem sua autonomia e maturidade religiosa. Conforme a religião judaica, os meninos assumem as obrigações da religião a partir dos treze anos quando fazem o Bar Mitzvá, tornando assim, um filho do Mandamento.
“A chave deste episódio está, portanto, nas palavras pronunciadas por Jesus quando, finalmente, se encontra com Maria e José: “porque me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?” Lucas apresenta aqui a chave para entender toda a vida de Jesus: Ele veio ao mundo por mandato de Deus Pai e com um projeto de salvação/libertação” (https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=3651).
Na música “Estou pensando em Deus”, Pe. Zezinho diz: “Tudo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia e se as mães fossem Maria e se os pais fossem José e se a gente parecesse com Jesus de Nazaré”. Esse desejo não é uma utopia. Se buscarmos em tudo a Vontade de Deus, o Natal acontecerá todos os dias e nossas famílias se parecerão, de fato, com a sagrada família.
Disse o Pe. Teodoro, nosso fundador: “É preciso amar a vontade de Deus; não se deve apenas fazer a vontade de Deus: Ele é o Senhor, é preciso amá-lo” (Teodoro Ratisbonne. Origens de Sion. Vida Religiosa em Sion – 1854-1884, 4a, p. 143).
Por isso, por mais querida que seja a nossa família, e devemos amá-la mesmo, ela não pode estar à frente de Deus, conforme ensina o maior e primeiro mandamento da Lei: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito” (Mt 22,37; Dt 6,5).