Domingo (07/11) a Igreja Católica celebrou a festa de Todos os Santos e Santas. A palavra “santo” significa “separado, sagrado, posto à parte”. Em hebraico, a palavra “קדֶשׁ” (kodesh) ocorre cerca de 470 vezes no AT. No grego, “αγιος” (hagios) tem provavelmente como seu sentido fundamental “separação, i.e., do mundo a serviço a Deus”. (https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2013/03/santo-sagrado-original-grego-hebraico.html).
São consideradas santas as pessoas que não se conformaram com este mundo e cuja vida foi um protesto à toda forma de opressão, de violência, de descaso e de injustiça, principalmente para com os pequeninos e indefesos da sociedade. Aos olhos da maioria dos viventes, esses santos e essas santas foram infelizes, seja porque sofreram muito, seja porque se doaram até a morte pela vida dos outros e pelo Reino de Deus. Mas Jesus vem dizer que bem-aventurados, ou seja, felizes, foram eles/as.
Outrora, Moisés, da montanha do Sinai, ensinava ao povo os Mandamentos de Deus. Sentado (sinal de autoridade), Jesus ensina as bem-aventuranças aos seus discípulos (cf. Mt 5,1-12), dizendo que a felicidade verdadeira pertencia aos pobres no espírito, aos mansos, aos aflitos, aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos que promovem a paz, aos perseguidos por causa da justiça.
Segundo o Papa Francisco, “escolher a pureza, a mansidão e a misericórdia; escolher confiar-se ao Senhor na pobreza de espírito e na aflição; empenhar-se pela justiça e pela paz, tudo isso significa caminhar contracorrente em relação à mentalidade deste mundo, em relação à cultura da posse, da diversão sem sentido, da arrogância para com os mais fracos”. E continua: “nesta solene festa de Todos os Santos, a Igreja nos convida a refletir sobre a grande esperança, a grande esperança que se fundamenta na ressurreição de Cristo: Cristo ressuscitou e também nós estaremos com Ele. (https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-11/papa-francisco-angelus-festa-todos-os-santos-empenho-justica-paz.html).
Portanto, não nos enganemos buscando os bens deste mundo como se fossem absolutos e únicos para nossa felicidade. Tudo passará. Temos presenciado essa efemeridade de nossa existência a cada dia, especialmente evidenciada durante esta pandemia do Coronavírus. Antes, busquemos o Senhor, único Absoluto de nossas vidas, conforme reza o salmista: “Esta é a geração dos que o procuram, dos que buscam tua face, ó Deus de Jacó” (Sl 24,6).
A respeito dos santos, nosso fundador, Pe. Teodoro, disse: “Os bem-aventurados nos associam a seus méritos, protegem-nos por seu crédito e por suas orações; esperam-nos e atraem-nos, pois que não se julgarão inteiramente felizes enquanto não nos virem participar de sua beatitude” (Theodoro Ratisbonne. Migalhas Evangélicas, p. 440).
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